20 de mai. de 2011

Mata-me sem culpa


Queima-te doce criatura! Entra no fogo e faz de mim teu deus.
Sossega e bebe um pouco de chá gelado. Já basta para mim, decidi parar de abusar da tua disposição para o sexo pago, já me satisfez!
Agora vá, vá embora daqui ! Deixa-me embebedar com a mistura da uva com o etílico, leva meu dinheiro, minha compaixão e dignidade. Juro que estou enlouquecendo, o tempo entope minhas veias e faz de mim um morto.
Dá-me este punhal enterrado em teu bolso, joga-o contra mim! Eu deixo você cravá-lo em meu peito, de preferência no lado esquerdo, onde já não pulsa mais. Faça isto e fuja daqui, sem culpa. Não te preocupas, pois eu já não existo.

O meu prefixo


Vejo toda esta situação como um modo de revolução.
Meu renascimento está a caminho, é hora de abrir os olhos, destruir a escuridão e queimar minha visão com a luz do florescer.
Sim, eu nasci novamente, apenas desta vez não sai do ventre de minha mãe, mas do meu próprio arrependimento. Tive sorte, concederam-me a chance de cair e cuidar dos meus próprios vazamentos de sangue. Esta então, foi guardado em um vidro com tampa de cristal, servindo de troféu. Sua cor é vermelho cintilante, brilha como um diamante. Ganho novas cicatrizes, palavras também, para serem soltadas aos ouvidos dos desorientados.