2 de mar. de 2011

Paixão Ardente, Amor pra Sempre.




Sou uma mosca sobre a tua carne fresca, sentindo teu forte cheiro de atração.
   Sou a gota de veneno florescendo tua plantação. Joga-me fora se és capaz. Usará teu antídoto contra mim? Eu duvido.
   Descalça-me, fazendo sentir o quão gelado é o chão, do qual teu corpo pode me aquecer.
   Deixa eu te levar pro mundo da perdição no meu avião da imaginação. Acelera meu coração, faz dele teu escravo da paixão.
   Ensina-me a amar, já que não sei te odiar. Induz-me ao sofrer, já que não há nada a perder.
   Quero-te, independente da situação, para abusar da minha atenção. Juro que me falta o ar, quero mesmo é te adorar.
   Humano de sorte, causador da doença do amor. Se for assim, pode me picar, eu já nem sinto dor.

Roleta Russa


Russian Roulette Roleta Russa
18: 00 h, 13/10/87,

Acabei de acordar, não estou na minha cama, sinto dores na cabeça e muito frio. O lugar é bem estranho, escuro, sujo, fedido e desconfortável. Estou fraco, sinto dores fortes, devo ter sido dopado, é difícil me levantar do chão. Não vejo quase nada, a única lâmpada do ambiente está desgastada, é um pisca-pisca irritante.
Ouço gemidos, estou acompanhado. Com o medo, minha visão volta a ser nítida, sim, há alguém ali. “Quem está aí? ’ ‘Como paramos aqui? ’ ”Ele estava debilitado como eu, demorou um pouco para se reerguer, percebi que estava bastante fraco. Perguntei seu nome, mas ele não quis responder, deve está com medo também.
Esqueço um pouco ele, agora reparo mais na saleta. Todo o ambiente está sujo de sangue, o chão e as paredes estão desgastadas. No centro, debaixo da lâmpada, há duas cadeiras e uma mesa feitas de madeira, são bem velhas. De longe vejo que algo brilha sobre a mesa, me aproximo e identifico um revolver.
Ele senta em um das cadeiras, olha pra mim e chora. Acompanho-o e sento na cadeira que sobrou, ficamos frente a frente nos olhando. Estou tentando entender toda a situação, dois caras que nunca se viram, estão em uma mesma sala, em um mesmo horário, com um revolver à vista dos dois. Sei que não adianta aos dois matar o companheiro, a sala não tem saída, é morrer ou morrer. A escolha é nossa, quem pega a arma primeiro e atira no parceiro, atirar em si próprio ou esperar e morrer de fome...
Entendi tudo agora. O jogo é a sorte. Há três balas na mesa, se não forem usadas, significa o nível do jogo. Lembre a roleta dos cassinos, escolha o número, aposte, gire a roleta, confie na sua sorte e se acertar é o grande vencedor. Aqui não, se acertar já sabe seu destino.
“A regra é simples, morrer. Quem será o primeiro jogador? Será que teremos sorte e não partir logo no primeiro tiro? É minha vez, não vejo problema, a vida já não é boa para mim, deve ser por isso que estamos aqui, por não levarmos mais consigo a ideia de que devemos viver. Todos os dias são entediantes, meus pais me odeiam por eu ter escolhido uma carreira diferente. Eles queriam que eu fosse um sucedido cirurgião. Mas não, escolhi seguir com a faculdade de moda e hoje é o meu ganha pão. Fora o meu trabalho minha vida virou uma porcaria, há oito anos, depois que fui embora da minha cidade natal e deixei o grande amor da minha vida, chamado Max. E você tem algo a me contar antes de começarmos?”. Ele balançou a cabeça positivamente, animei-me, pois agora ouviria a última história da minha vida...
Ele começou contando sobre sua esposa, disse que vive com ela há tempos, mas nunca foi feliz ao lado dela. Não era aquilo que ele queria.  “Quero me aventurar, viajar, fazer tudo que não fiz ao lado dela. Na verdade queria, pois agora não tenho como fugir daqui. Eu apenas queria pedir desculpa por ter fingido amá-la.”. Disse que não lembrava muito do passado, mas contou que amou alguém, porém não lembrava quem. Ele falou bastante sobre sua vida.
21: 12 h, 13/10/87,
 - Está na hora, chega de papo - Richard tomou a arma, pôs a munição, girou a roleta, destravou o revolver e contou... – ummm, dooois e tr... Nada aconteceu.
Richard pôs o objeto sobre a mesa, o rapaz, trêmulo, pegou a arma e fez o mesmo, “apostou na sua sorte’’.
- Meu coração bate normalmente, estou certo do que estou fazendo. O homem puxou o gatilho sem temer o fim. “Tsc’’, não era sua hora de partir.
Depois de várias rodadas, resolveram aumentar a dificuldade. Duas balas é o suficiente. Para agilizar o game, decidiram também, que um atira no outro.
- Ok, sua vez. Posso ver teu coração batendo mais rápido, você está tremendo, deve estar com frio. Infelizmente não posso te ajudar, estou sem casaco. Não posso deixar o jogo acabar por aqui. A única razão de eu estar aqui ainda é porque quero aproveitar cada segundo pensando no meu Max... Desculpa.
- Tudo bem, continue...
-Lá vai, um, dois, três, rgzhhhhh (som da roleta girando)... – O jovem gritou,
-Espera não te disse meu nome, é Max, acabei de lembrar o grande amor que tive, eu te AM... Arrgh. Suas últimas palavras foram interrompidas com um forte suspiro, a dor da morte.
Richard naquele momento atirou-se sobre a mesa para tentar salvar Max, não teve sucesso, olhou bem o rosto do falecido e reparou que era mesmo o jovem rapaz, a única diferença era a barba. Não pensou muito, tomou o revolver em frente à face, segurou a mão de Max e gritou:
- Nem a morte vai nos separar, passei toda a minha vida procurando por ti, amado, agora tenho você aqui, ao meu lado, me chamando pra seguir contigo na estrada da felicidade, da paixão, do amor. A morte é só mais um obstáculo nas nossas vidas. (Poowwrr) Ahhhrg.