9 de abr. de 2011

Andarilho

   
 
 Meu cabelo é ondulado assim como são as águas do mar. Das raízes, saem toda a ideia de parar e me afastar. Eles têm vida ao vento, mas morrem no silêncio. Sofrem metamorfose, variam estilos, o mesmo ocorre com as suas ideologias.
    Meus olhos têm a cor da terra que pisei, da calçada que tropecei. Nesses momentos eles se abriram, visaram o alto e partiram a chorar. Repare-os, eles brilham como a lua que vem fantasiar a noite.
   Meus lábios em desordem servem para distinguir os tons de verdade e mentira. Abertos, demonstram o que quero ao público, felicidade. Unidos e contraídos alegram uma vida a dois... a três, a quatro...por afetarem o carinho.
   Atrás se percebe uma área lisa e extensa. Minhas costas doem, por consequência da postura que trato as críticas ofensivas. Ainda não tiveram o poder de criar asas, mas sustentam um corpo capaz de fazer algo possível, melhor que voar, correr de braços abertos.
   Os braços cobertos por pelos, agasalham o frio da jornada, melhor ainda com a ajuda das mãos, onde tudo esquenta em todos os sentidos. Qualquer lugar que toco, deixo minhas impressões, sejam elas digitais e pessoais. As mãos mostram cuidados ao fazer carinho, assim como gesticular os dedos e preparar o dígito médio para ser apresentado ao público.
   Os pés suportam tudo e assim grafam minha marca por onde passo. Fixam o corpo contra a gravidade. Pregam no chão a pegada de um andarilho.    

3 de abr. de 2011

Um mundo chamado (s)eu


Quero compreender-te
Eu tento imaginar tua imaginação.
Não quero ser você, mas simplesmente ter você
Fazer esclarecer toda a minha regressão, para eu um dia julgar tua opinião.
Admiro teu poder do ‘’ eu mesmo’’, aliás, tu és o ‘’você mesmo”.
Continua na batalha para não deixar a tua marca grafada apagar com os ventos do tempo.
Aprenda a migrar interesses.
Viva o obsceno, viva transparecendo pureza. Se joga e acaba com a tristeza.