16 de nov. de 2010

Viagem longa, sem fim.

  

 Estou aqui, solitário, olhando pela janela de casa e vendo mulheres produzidas para mais um dia de trabalho na esquina, vejo uma baiana vendendo suas iguarias com seus quatro filhos enlouquecendo-a, porém há muitos turistas ingurgitando acarajés ao seu lado. Reparo também, em um rapaz pérfido, bêbado, surrando um indefeso homossexual à vista de todos que passavam por ali.
   Carros destruindo meu precioso ar, prédios atrapalhando minha vista, pessoas e mais pessoas à minha frente... Isto torna-se inútil quando começo a trabalhar a mente, quando começo a pensar. A luz se apaga, tudo desaparece.
   Meu conhecimento adquirido é parcialmente absorvido, todas as ideias são refletidas, finalizando assim, a composição do combustível para essa viagem sem fim.
   Aproveito cada segundo desta adrenalina que corre em minhas veias. A gravidade neste lugar faz-me voar, então é a partir daí que começo a me expressar.
   Lugar estranho que tanto amo, porém só quem tem o passaporte para esta viagem longa, sem fim, são os viciados no “alucinógeno” do conhecimento. São os que se deliciam com a “overdose” de escrever.